sábado, 21 de novembro de 2015

A economia colaborativa e o seu impacto no mercado formal

A união é a melhor opção

Deiselene Bastos,
Brisa Morais,
Talita Araújo,
 Ellen dos Reis,
Fabrício Oliveira.

Resumo: este artigo tem o objetivo de informar sobre o novo modelo econômico, a economia colaborativa, que surgiu como alternativa à crise de 2008, e vem ocupando cada vez mais espaço, mesmo sofrendo resistência do mercado formal. Além de fazer a sociedade repensar o estilo de vida atual, capitalista, individualista, para a nova era em rede, ou voltada para a comunidade, e sustentabilidade do planeta, tendo como intermediária central dessa relação a tecnologia.

Palavra-Chave: economia compartilhada, capitalismo, crise, sociedade.

Introdução

Decorrente da crise econômica de 2008, surgiu um novo método de movimentar o capital, uma alternativa contrária ao capitalismo, o qual baseia-se no acúmulo de bens, é a chamada economia colaborativa, que está rompendo paradigmas ao fazer com que a sociedade repense seu estilo de vida. Essa prática engloba tecnologia, sustentabilidade, o compartilhamento de bens, e o comprometimento com o consumidor.

A ideia de colaboração existia desde séculos atrás, atualmente ela apenas passou por um aperfeiçoamento lucrativo. Um exemplo disto, é o empréstimo de ferramentas de trabalho ou alimentos entre vizinhos. O termo utilizado para representá-la faz-se jus, já que a economia cooperativa é a partilha de bens, transportes, moradia, serviços, entre outros, com a tese de não ter ou comprar, e sim compartilhar, economizando e beneficiando a todos os envolvidos. É um princípio que quebra a tese central das corporações capitalistas, embora que, aqueles que trazem para o seio da sociedade mecanismos de economia, vantagens, eficiência e rapidez na prestação de serviços, acabam por se firmar como grandes empresários, já que as ideias também valem ouro.

Os norte-americanos em 2000, notaram que estavam consumindo em um ritmo acelerado e deveriam repensar os seus conceitos, assim nasce este novo modo. Porém, a partir da crise ocorrida em 2008, que repercutiu mundialmente, a sharing economy intensifica-se com o impulso recebido da tecnologia, tendo em vista a rapidez da informação e o volume de pessoas que passam a conhecer essa forma de ter vantagens participando de determinados grupos, isso fica muito claro quando refere-se aos mais diversos aplicativos tecnológicos disponíveis para 115,4 milhões de brasileiros, grande maioria da população que possuem aparelho celular, e que com um pequeno toque nele pode se ter à disposição, com rapidez e comodidade, deslocamento, vestuário e os mais diversos objetos. Esta é fundamental por ser intermediária da relação consumidor-compartilhador.

Como consequência do avanço tecnológico, a qual é voltada para facilitar o dia a dia das pessoas, e é o que de fato acontece com o aprimoramento do celular para smartphones, e em seguida a loja virtual como resultado deste, onde existem milhares de aplicativos com o objetivo de atender à necessidade da população de ter em mãos, em qualquer lugar, a sua “vida” simplificada. O que antes era feito pelo computador, ou pessoalmente, já é feito por este. Por exemplo, pagamentos de contas (pelo próprio código de barras), visitar a conta bancária, entre outros.

Alguns aplicativos vêm se destacando a alguns anos e conquistando o seu espaço. Entre eles estão Uber, Netflix, Airbnb, e o Tem açúcar?. Cada um atuando em sua respectiva área, transporte privado, filmes e séries online, moradia compartilhada (ou alugada), e troca de produtos. Alguns destes têm enfrentado resistência por parte do mercado formal, o qual alega ser concorrência desleal por não pagarem o mesmo imposto que eles, assim tentam combatê-los baseado nas leis, ou apenas pedem a regulamentação dos serviços, o que seriam condições igualitárias, ou seja o que torna desleal é a falta de regulamentação.

É o caso do Uber e os motoristas de táxi, decorrente da rejeição dos taxistas houve protestos, conflitos, até tentativa de suspensão do aplicativo através de leis, o que não foi bem-sucedido, uma vez que este serviço não é igualmente ao outro. Os usuários do Uber afirmam que a prestação de serviço é melhor quando comparado ao do táxi. A rede de hotéis além da diferença em cobrança de imposto, afirma não haver segurança no sistema Airbnb, porém há hotéis que ao invés de “bater de frente”, estão “aliando-se” ao colocar seu selo em casas cadastradas no aplicativo.

O que mais houve-se falar é sobre os exemplos citados acima, mas, empresas tem se adaptado ao novo cenário. Como no caso de algumas iniciantes, no qual duas alugam o mesmo espaço e divide-o entre si, havendo múltiplos benefícios para ambas. E há o crowdfunding, financiamento coletivo onde um projeto é inserido em um site voltado para esse serviço e qualquer pessoa pode investir neste, podendo obter ações ou o produto como resultado.

E há o problema por trás dessa transformação no cenário econômico, o desemprego, e ao mesmo tempo emprego. Utilizando o Uber como exemplo é visível que gerou empregos, pessoas que não estavam trabalhando, mas tinham um carro em casa pôde utilizá-lo através do cadastro no aplicativo como geração de renda.

Diante de tal concorrência crescente supostamente desleal, o mercado formal vem “sofrendo” com esse novo cenário. Habituados tradicionalmente a uma prestação de serviço única, a qualidade já não é a mesma, e os preços visando apenas a concorrente ao lado, acabam por variar de acordo com ela. E as pessoas estão optando por aquilo está oferecendo um melhor serviço com baixo custo. Impactados pela nova economia, eles veem-se numa situação em que evolui junto com ela ou regride, por isso tentam combatê-la, tentando aprovar leis para tornar o intermediário da relação ilegal. Já que esta a cada dia tem uma proporção maior, consequentemente, fazendo-os perder espaço.

Há uma teoria que é semelhante ao que está acontecendo atualmente. A mão invisível, uma tese defendida por Adam Smith, o pai da economia, como também a livre-concorrência pode ver-se refletidas no presente. Ao fazer a comparação obtêm-se: a primeira com grande oferta de produto, baixa procura, o preço cai, e vice-versa; a segunda com aquele que presta um melhor serviço avança, o que não, sai do mercado. A empresa tendo seu serviço pouco procurado, o que seria a perca para a concorrência, diminuiria o seu valor, ou então melhoraria sua prestação de serviço para permanecer na “competição”. Como é o caso da nova economia ou o mercado adapta-se a ela, tornando-se aliados para um desenvolvimento em conjunto, ou vai perder. Por que o novo modo de movimentar o mercado está conquistando o espaço que era totalmente ocupado por uma economia capitalista, e as pessoas estão buscando e aceitando aos poucos a nova economia.

Os estilos de vida passaram a ser repensados. É realmente necessário ter a posse do produto? É o que defende a economia colaborativa, tendo um objeto qualquer em casa que não utiliza, duas pessoas podem efetuar uma troca por ambos os objetos que precisam; precisa-se de uma ferramenta apenas no momento, aluga esta, não efetuando a compra; na carona compartilhada, as pessoas têm a opção, obviamente, de compartilha-la com alguém, gastando menos. Sendo assim, estaria evitando todo um ciclo de poluição, além da economia, menos produção, tanto de lixo quanto produto, e indo em direção contrária a ideia do consumismo. Os valores que antes estavam voltados para o individualismo, agora são voltados para um meio em comunidade, o ato de colaborar e compartilhar com os outros, ainda tendo como base nessa movimentação a confiança.

A sociedade passa do período industrial para em rede, tendo que repensar tudo que foi criado. Era inevitável uma mudança, já que a exploração da matéria prima e a poluição estão prejudicando cada vez mais o meio ambiente. Diante disso, ela surge para possibilitar uma alternativa de gerar capital, principalmente diante de tempos de crise.

Dessa Forma, toda mudança no início é recebida com resistência, mas esta em especial, é a única saída visível para um futuro menos provável. A crise proporcionou uma outra visão para movimentar a economia, e a tecnologia, como fundamental, contribui para isto. A insustentabilidade conseguiu um método para contornar a situação atual, ao fazer com que todos repensem a sua vida, e indo contra o capitalismo. Apesar de diminuir o consumo, a economia colaborativa, vai de encontro a este sistema, mas não deixa de ser capitalista, mesmo com mudanças. É necessário a regulamentação dos serviços, mas diante de um novo cenário, o mercado formal para competir, vai ter que inovar, investir e oferecer um melhor serviço, pois é a nova era em rede, aquele que adaptar-se e fazer melhor, ou aliar-se a ela continua no mercado, caso contrário vai ser mais uma falência inevitável.

Referências:

www.estadao.com.br/infograficos/economia-colaborativa,economia,196320
www.uol.com.br/economia-compartilhada/
https://www.youtube.com/watch?v=2wcScp8gyuY
https://www.youtube.com/watch?v=7RiFEL6SfsU
https://www.youtube.com/watch?v=Ne0qQRPVT6c
https://www.youtube.com/watch?v=_aPLUd5nNNk

Nenhum comentário:

Postar um comentário